10 Dicas de Como Superar a Quarentena Nos Relacionamentos Conjugais

16 de agosto de 2024

Segundo estudos e notícias científicas de países como China e também de diversas nações europeias, já é possível observar os efeitos que o isolamento social tem provocado nas relações conjugais e familiares. Esses efeitos, somados ao estresse diário e ao bombardeio constante de notícias sobre o número de doentes e mortos, têm gerado um impacto significativo no bem-estar emocional das famílias.

A China, por exemplo, relatou um aumento considerável nos pedidos de divórcio após o período mais crítico da pandemia. Esses dados nos mostram a importância de preparar os casais para atravessar este período de confinamento de uma forma mais saudável, talvez até agregando valor ao relacionamento conjugal e familiar.

Seja sozinho ou no seio familiar, é natural que durante esse período surjam sensações e sintomas como medo, ansiedade, incerteza, dificuldade em lidar com a nova realidade, além de oscilações entre euforia e depressão, sentimentos de raiva e impotência. O essencial não é evitar esses sentimentos, mas aprender como lidar com eles.

Dicas para um Confinamento Saudável

Responsabilidade social: Acima de qualquer condição relacional e emocional, é crucial seguir as instruções e protocolos de higiene e cuidados pessoais para se proteger e proteger os demais membros da família de uma possível contaminação.

Acolher a resistência como parte do ciclo: 

Entenda que tudo na vida segue um ciclo com início, meio e fim. Mudanças na rotina e nos hábitos podem gerar resistência, mesmo quando são necessárias para nossa sobrevivência. Reconhecer e acolher essa resistência pode ajudar a navegar por esse período com mais tranquilidade.

Acolher as emoções: 

Procure identificar as emoções e as mudanças que ocorrem dentro da relação conjugal. Dê nome a elas, mesmo que não saiba exatamente o que está acontecendo. Acolher essas emoções pode ser uma experiência de autoconhecimento e intimidade, tanto individual quanto conjugal.

Evite projeções: 

O bem-estar deve ser buscado dentro de si mesmo, não no outro. É natural ter dificuldades em lidar com nossas emoções e angústias, mas devemos evitar projetar essas frustrações e medos no parceiro. Em vez de esperar que o cônjuge resolva nossos problemas internos, é mais saudável focar em compreender o que se passa dentro de nós.

Depoimento de 24 horas:

Durante o confinamento, é importante construir um diálogo interno para alimentar o diálogo externo. Pergunte-se: “Como eu me sinto? O que eu quero?”. Compartilhe essas respostas com seu cônjuge, permitindo que ele ou ela tenha 24 horas para refletir e acolher seu depoimento. Essa técnica pode ajudar a construir intimidade conjugal e abrir espaço para um diálogo autêntico, onde o julgamento e a busca por razão dão lugar à compreensão mútua.

O Essencial: 

Muitas vezes, desejamos ter mais tempo para nossos parceiros, familiares e projetos pessoais. O confinamento oferece uma oportunidade única de valorizar o que realmente importa. Use esse tempo para se tornar mais íntimo das pessoas que você ama, transformando a realidade atual em um momento de mudança positiva.

Respeito e Educação:

No confinamento, é vital manter o respeito e a educação nas interações familiares. Muitas vezes, confundimos intimidade com o direito de desrespeitar aqueles que nos são mais essenciais. Pratique o respeito mútuo e a boa educação para evitar conflitos e manter a harmonia no lar.

Disciplina e Organização: 

Dar sentido ao nosso dia gera automotivação. Organize sua rotina com tarefas domésticas, atividades de aprendizado, lazer e brincadeiras com os filhos e o cônjuge. A sensação de estar ocupado e estruturando o tempo traz uma maior segurança e a percepção de que a vida continua.

DRs no isolamento:

O convívio diário pode trazer à tona velhos conflitos conjugais ou revelar novos. Aproveite esses momentos como oportunidades de aprendizado sobre a intimidade do outro. Exercite a empatia, o acolhimento e o respeito. 

Quando os ânimos se exaltarem, estabeleça um “STOP” para permitir que ambos tenham um tempo individual para refletir e retomar o equilíbrio. Lembre-se de que estamos todos enfrentando uma guerra com algo que não podemos controlar, e nossos relacionamentos merecem respeito e reverência.

“Um por todos e todos por um”:

Assim como no lema dos três mosqueteiros, sejamos uma equipe. Essa é a oportunidade de nos unirmos, compartilhando tarefas e responsabilidades. Divida o que está sentindo e tenha a segurança de saber que há alguém ao seu lado para escutar. Pratique a solicitude, a ajuda mútua e esteja aberto a novos paradigmas, pois isso nos tornará pessoas melhores e mais flexíveis.

Dra. Margarete Volpi
Terapeuta Familiar e Casal